domingo, 25 de maio de 2014

"na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor"

Uso a internet desde adolescente. Do alto de meu moderno micro 386, esperava dar meia-noite para só então ligar meu também moderno modem de 14400 e tentar entrar numa "BBS" e ficar maravilhado com a "velocidade" que as imagens eram formadas na tela, linha por linha.

Desde então testemunhei as mudanças, tão rápidas quanto intensas, da informática e da comunicação. O advento do Windows e seu ambiente gráfico, a evolução da rede para sites "www", a bolha das "ponto com", as salas de bate-papo, ICQ, Mirc, tudo ou quase tudo passou a ser "online". Durante todo esse tempo, a internet correu livre, totalmente ignorada pelos governos. Pelo menos nos governos razoavelmente democráticos do mundo.


Mas hoje temos redes sociais que provocam revoluções, primaveras, e quedas de centenários governos ditatoriais. Hoje temos celulares populares, que filmam, fotografam, e compartilham tudo, principalmente dos que detêm o poder. Hoje temos moedas virtuais, e a possibilidade concreta de as pessoas praticarem uma economia totalmente independente do que governo A ou B designa como "moeda de curso forçado", sem pagar impostos, sem sofrer inflação, sem perder nada. Absolutamente nada. NA-DA.


Cá pra nós, eles não poderiam deixar isso barato. E foi no Brasil de um governo social-trabalhista (que "surpresa"!) que surgiu a primeira "constituição da Internet". Que nome! As primeiras constituições surgiram de movimentos liberais com o papel primordial de limitar o poder dos governos, o absoluto poder dos déspotas. Hoje a lei busca alguma coisa chamada "neutralidade de rede", o que quer que se entenda por isso.


Até hoje a internet era livre, e seguia sua evolução sem maiores problemas. Hoje o nosso país deu o primeiro passo para sua "regulamentação", como se isso fosse uma urgente demanda da sociedade. Não é. Não é nem urgente, e sequer chega a ser uma demanda da sociedade. Trata-se nada mais nada menos que uma demanda do próprio governo. Para este, sim, crucial.


Hoje a lei de internet não causa tanto receio. Parece um regulamento básico e sem perigos. Mas vale lembrar, caro leitor, que a "liberdade não é tirada de uma vez, mas em partes", e que as leis mais injustas são precedidas de outras, mais amenas, mais gerais. E sim, existem leis injustas. E o dever de um cidadão de bem é desobedecê-las.


Aguardemos, pois, o desenrolar dos próximos capítulos. Mas não nos esqueçamos. Nossa geração conheceu uma internet livre. Uma rede de computadores que catapultou o conhecimento mundo a fora, promovendo a liberdade, a democracia, e o desenvolvimento de toda a civilização humana. Vejamos como serão as coisas daqui pra frente, com o GOVERNO tomando conta da parada. 


Mas estejamos atentos.

esquerdistas de hoje: medrosos e tímidos

Uso a internet desde adolescente. Do alto de meu moderno micro 386, esperava dar meia-noite para só então ligar meu também moderno modem de 14400 e tentar entrar numa "BBS" e ficar maravilhado com a "velocidade" que as imagens eram formadas na tela, linha por linha.

Desde então testemunhei as mudanças, tão rápidas quanto intensas, da informática e da comunicação. O advento do Windows e seu ambiente gráfico, a evolução da rede para sites "www", a bolha das "ponto com", as salas de bate-papo, ICQ, Mirc, tudo ou quase tudo passou a ser "online". Durante todo esse tempo, a internet correu livre, totalmente ignorada pelos governos. Pelo menos nos governos razoavelmente democráticos do mundo.


Mas hoje temos redes sociais que provocam revoluções, primaveras, e quedas de centenários governos ditatoriais. Hoje temos celulares populares, que filmam, fotografam, e compartilham tudo, principalmente dos que detêm o poder. Hoje temos moedas virtuais, e a possibilidade concreta de as pessoas praticarem uma economia totalmente independente do que governo A ou B designa como "moeda de curso forçado", sem pagar impostos, sem sofrer inflação, sem perder nada. Absolutamente nada. NA-DA.


Cá pra nós, eles não poderiam deixar isso barato. E foi no Brasil de um governo social-trabalhista (que "surpresa"!) que surgiu a primeira "constituição da Internet". Que nome! As primeiras constituições surgiram de movimentos liberais com o papel primordial de limitar o poder dos governos, o absoluto poder dos déspotas. Hoje a lei busca alguma coisa chamada "neutralidade de rede", o que quer que se entenda por isso.


Até hoje a internet era livre, e seguia sua evolução sem maiores problemas. Hoje o nosso país deu o primeiro passo para sua "regulamentação", como se isso fosse uma urgente demanda da sociedade. Não é. Não é nem urgente, e sequer chega a ser uma demanda da sociedade. Trata-se nada mais nada menos que uma demanda do próprio governo. Para este, sim, crucial.


Hoje a lei de internet não causa tanto receio. Parece um regulamento básico e sem perigos. Mas vale lembrar, caro leitor, que a "liberdade não é tirada de uma vez, mas em partes", e que as leis mais injustas são precedidas de outras, mais amenas, mais gerais. E sim, existem leis injustas. E o dever de um cidadão de bem é desobedecê-las.


Aguardemos, pois, o desenrolar dos próximos capítulos. Mas não nos esqueçamos. Nossa geração conheceu uma internet livre. Uma rede de computadores que catapultou o conhecimento mundo a fora, promovendo a liberdade, a democracia, e o desenvolvimento de toda a civilização humana. Vejamos como serão as coisas daqui pra frente, com o GOVERNO tomando conta da parada. 


Mas estejamos atentos.